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O Bico de Gás



Segunda-feira, 31.03.08

Poupar o quê?

«Quase 80 por cento do rendimento líquido anual médio por agregado familiar foi gasto em bens e serviços em 2005/2006, indicou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE), com base no inquérito às despesas das famílias.»

Ainda ontem, no seu programa domingueiro, Marcelo Rebelo de Sousa protestava que as famílias portuguesas não fazem poupanças. Ora, meu caro, depois de pagar rendas, prestações, serviços, alimentação, tudo despesas fixas e de primeira necessidade, que restará, à comum família portuguesa, para poupar? Ar e vento?

ASENSIO

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às 23:05

Segunda-feira, 31.03.08

Pacheco Tse Pereira

«Pacheco Pereira quer Menezes afastado antes das eleições e prevê que terá de ser "à bomba"»

O maoísmo restante e latente em JPP: o incitamento à revolta armada. O camarada incita à guerra civil dentro do PSD até que a base camponesa conquiste o poder.

ASENSIO

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às 22:46

Segunda-feira, 31.03.08

Agora sim...

«A Entidade Reguladora para a Comunicação Social entregou, esta segunda-feira, no parlamento, um relatório sobre o pluralismo político partidário na televisão do Estado que indica que a RTP está a fazer discriminações partidárias não cumprindo, assim, as obrigações do serviço público de televisão.»

Este é um relatório feito pela entidade responsável para a Comunicação Social. Só agora, após a ERC ter exposto as suas conclusões, é que os infortunados lamechas deveriam começar a bradar histrionicamente por igualdade.
ASENSIO

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às 22:17

Segunda-feira, 31.03.08

Nem ateu nem nada

«Num discurso crítico para com o Governo, o presidente da Conferência Episcopal defendeu esta segunda-feira a que o Estado não deve ser militantemente ateu. Dom Jorge Ortiga deixou claro que a igreja católica não aceita muitas das opções que têm sido seguidas pelo Estado.»

Não pode ser militante nem simples ateu nem outra coisa qualquer. Os Estados são conjuntos de indivíduos e instituições comuns a todos. O Estado é (ou deveria ser) arreligioso, porque é composto por indivíduos que aceitam as mais variadas crenças. A ICAR continua a exigir um lugar e um tratamento especial por parte do Estado português a que não tem direito. Tem o direito de discordar das políticas seguidas como um
lobby que é, mas não pode exigir que a sua visão seja incluída nas opções governativas. Cada macaco no seu galho. Talvez o rasgar da Concordata, acabando com a sua eternização, pusesse a Igreja Católica no seu galho.

E antes que aqueles que lerem estas linhas me julguem como anti-católico, anti-igreja, ateu ou diabo, deixem-me dizer que teria exactamente o mesmo discurso caso se tratasse de qualquer outra igreja. Não encontro razões que justifiquem que uma instituição religiosa tenha um lugar excepcional na definição política de um país, por muitos méritos sociais que possa ter...

ASENSIO

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às 21:47

Domingo, 30.03.08

Um número que vale zero.

Esta noite de insónias, enquanto fazia zapping por entre canais, acabei por desembocar na Sic-Notícias onde se repetia o programa Expresso da Meia-Noite. O tema eram os impostos e a redução do IVA feita pelo governo. Nos segundos, má hora!, em que os presenteei com a minha atenção ouço o deputado do PSD Miguel Frasquilho, numa tentativa de provar os exageros da máquina fiscal do burgo, dizer algo como, e cito de cor: "Portugal tem sete escalões de IRS. Só há um país europeu com mais escalões e esse país é o Luxemburgo. Mas o Luxemburgo é algo diferente, têm superavit...". Dado este exemplo, Miguel Frasquilho, ao contrário do que pretendia, acaba por provar que não é o número de escalões no IRS que torna um país mais ou menos atractivo em termos fiscais, também não é esse número que determina se um país terá défice ou superavit. Não é esse número que determina as diferenças entre a rasa República Checa, exemplo referido para defesa da flat rate, e o exaurido e escalonado Luxemburgo.
ASENSIO

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às 03:59

Sexta-feira, 28.03.08

Dividam isso irmãmente

«PSD exige esclarecimentos à RTP por considerar que na edição do Telejornal de quarta-feira, dia em que o Governo anunciou uma redução do IVA, o período de tempo ocupado por um membro do Governo foi muito superior ao dos restantes parceiros políticos.»

Os tiques estão todos lá. Que o PSD considere que o governo controla a televisão pública é natural. Que o PSD procure, enquanto oposição, ser fiscalizador da RTP só demonstra o mesmo tique controleiro e prova que fará igual invasão dos média caso algum dia se torne governo.

E que ridícula é a imagem, espero que fantasiosa, do deputado Agostinho Branquinho, aparelhado com um cronómetro, a analisar atentamente o Telejornal.
ASENSIO

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às 20:24

Sexta-feira, 28.03.08

A cidade é um chão de palavras pisadas

A cidade é um chão de palavras pisadas
a palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.

A cidade é um saco um pulmão que respira
pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
pela palavra sangue pela palavra ira.

A cidade tem praças de palavras abertas
como estátuas mandadas apear.
A cidade tem ruas de palavras desertas
como jardins mandados arrancar.

A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.
_____________________________
José Carlos Ary dos Santos
A nível pessoal, desapareceu o "Ary da Ribeira". E mais nada.
ASENSIO

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às 20:01

Quarta-feira, 26.03.08

Ciclope [adenda]

«O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, confirmou esta tarde no Parlamento que a inspecção tributária vai estar atenta às actividades do sector bancário.»

Debaixo do olho do bloco central de interesses, claro. Porque sempre que seja apresentada uma proposta para realmente manter as trapaças bancárias na mira, o tal bloco votará contra.
ASENSIO

[adenda]
E, como seria de esperar, tudo está equilibrado. Para quê mexer?

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às 18:26

Quarta-feira, 26.03.08

Grão a grão enche a galinha o papo.

«O primeiro-ministro anunciou, esta quarta-feira, a redução do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) de 21 para 20 por cento. A medida vai entrar em vigor a 1 de Julho. José Sócrates afirmou também que vai rever em baixa o défice público para 2008, descendo dos 2,4 por cento no Orçamento do Estado deste ano para 2,2 por cento.»

Ora, se os ginásios
não desceram os preços das mensalidades em 16% quando se decretou a descida do IVA de 21% para 5%, porque haveriam agora a generalidade das empresas descer os preços em 1%? Esse valor vai cair directo na caixa do lucro. E se em 2009 eleitoralmente o IVA descer mais um ou dois pontos o processo vai ser o mesmo. Arriscar uma descida menos tímida levantaria a atenção e exigência do consumidor, algo a que este governo, refém do interesse económico, não se pode dar ao luxo.
ASENSIO

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às 18:08

Terça-feira, 25.03.08

Senhor das Moscas

O Sr. "Prestígio Português" (aquele que vomita que nem tudo na guerra do Iraque foi negativo já que ele conseguiu ser nomeado Presidente da Comissão Europeia) não consegue nunca uma unanimidade entre Estados-Membros, é como um fraco pastor de um rebanho desgarrado. Ao mesmo tempo que considera importante uma posição conjunta da Europa e que não concorda com o boicote aos JO2008, ouve a resposta francesa, que admite precisamente esse boicote como forma de pressão sobre a China. Repare-se que o desgarrado Sarkozy nem sequer faz depender a sua resposta da decisão conjunta da UE, prefere pressionar directamente a China para que esta responda positivamente às iniciativas de diálogo.
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às 20:01

Terça-feira, 25.03.08

Já se festeja...

«O primeiro-ministro reafirmou, esta terça-feira, que a crise orçamental portuguesa "está ultrapassada" e os factores que a motivaram "estão resolvidos", garantindo que pela primeira vez tal foi possível sem comprometer o crescimento económico.»

Resolvidos poderiam estar os factores que o governo controla ou pode controlar. Nenhum factor estrutural intrínseco do país foi resolvido, nenhum factor proveniente das regras europeias que estrangule o desenvolvimento interno foi ajustado/renegociado com a União, nenhum dos factores da conjuntura internacional, que fogem à esfera de domínio do governo nacional, foi solucionado. Se estivesse tudo resolvido a confiança dos portugueses estaria em alta, o quinhão, resultante do esforço desenvolvido, estaria a ser repartido por todos os que realmente "apertaram o cinto". Nada disto acontece no presente, não há nada no futuro que indicie o desafogar das famílias, no horizonte desenha-se uma crise internacional que, essa sim, pode agora comprometer o crescimento económico. O único resultado de que este governo se pode gabar, se é que pode mesmo fazer tal coisa, é da estabilização da crise orçamental à custa do desinvestimento público.
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às 19:22

Terça-feira, 25.03.08

So?

«This morning, on the fifth anniversary of the Iraq invasion, ABC’s Good Morning America aired an interview with Vice President Cheney on the war. During the segment, Cheney flatly told White House correspondent Martha Raddatz that he doesn’t care about the American public’s views on the war:
CHENEY: On the security front, I think there’s a general consensus that we’ve made major progress, that the surge has worked. That’s been a major success.
RADDATZ: Two-third of Americans say it’s not worth fighting.
CHENEY: So?
RADDATZ So? You don’t care what the American people think?
CHENEY: No. I think you cannot be blown off course by the fluctuations in the public opinion polls.

This opposition to the war is not a “fluctuation” in public opinion. The American public has steadily turned against the war since the 2003 invasion. According to a new CNN poll, just
36 percent of the American public believes that “the situation in Iraq was worth going to war over — down from 68 percent in March 2003, when the war began.”

Even though he doesn’t care what the American public wants, Cheney still thinks he is able — and entitled — to speak for the American public. Last month, Cheney declared, “The American people
will not support a policy of retreat.” If Cheney were actually listening to the “American people,” he would know that 61 percent actually supports the redeployment of U.S. troops

in Think Progress
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às 01:59

Domingo, 23.03.08

Ah! Democracia

«O presidente do Zimbabue, Robert Mugabe, fez este sábado à tarde um aviso à oposição, afirmando que o Movimento para a Mudança Democrática jamais exercerá o poder no país enquanto ele for vivo.»

Não há como fazer-se umas eleições mas ir já avisando que a oposição só governará por cima do seu cadáver. Ah democrata!

ASENSIO

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às 23:18

Sábado, 22.03.08

Posição tardia pela instância errada

«O presidente do Parlamento Europeu defendeu um boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim, caso a China não dialogue com o Dalai Lama, o líder tibetano no exílio. Numa entrevista, Hans-Gerd Poettering quer a realização dos Jogos, mas sem o "genocídio cultural de tibetanos".»

Posição tardia e que não cabe ao Presidente do Parlamento Europeu. Cabia ao Comité Olímpico Internacional nem considerar a candidatura de Pequim para os Jogos de 2008 já que as atrocidades sobre o povo do Tibete (e não só) são conhecidas desde a década de 50 do Século passado. É verdade que as relações internacionais são muito diferentes das do final da Guerra-Fria e o COI não antecipe um boicote como os de 1980 e 1984. Daí que a posição de Poettering seja pouco mais que a verbalização de uma posição e não como uma pressão autêntica, esta surge talvez como expiação.

ASENSIO

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às 17:40

Sábado, 22.03.08

Afinal foi mesmo a droga...

«A CGTP considera que o Governo está a ter um «falhanço absoluto» na sua política para o emprego. Arménio Carlos justificou esta posição da central sindical com os dados que apontam para uma subida de 20 por cento nos beneficiários da prestação social do subsídio de desemprego.»

ASENSIO

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às 17:30

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