Muitos partidos falam em “choques”, o PS fala em choques tecnológicos, o PP em choque de valores e o PSD em choque de gestão. Dos eleitores sabe-se que estão em estado de choque.
Mas há um novo choque que muito prejudica uma instituição portuguesa. É o choque anafilático em que se encontram as Finanças em Portugal. Depois de ter-mos tido conhecimento da quebra da receita fiscal, em especial a do IVA, dos mais de 10 000 cheques de devolução de IRC indevidamente remetidos a empresas, das 50 000 cartas a ameaçar de penhora contribuintes com os seus impostos em dia e da devolução de dinheiro do IVA ao BCP por uma operação considerada fraudulenta, vimos agora descobrir que
analisando as estatísticas do IRS do período de 2001 a 2003, o número de agregados com rendimento superior a 250 mil euros diminuiu 92%, passando de 26 802 há quatro anos, passando a 2144 há dois anos. Para onde desapareceram estes contribuintes indexados ao escalão mais alto de IRS? Ao mesmo tempo as declarações no escalão entre 50 e 75 mil euros aumentaram 160%. Estranho? Não isto só indicia uma evasão fiscal em grande escala.
Isto tudo num país onde até o Primeiro-ministro foi suspeito de não ter as suas obrigações fiscais em ordem. As Finanças em Portugal estão, sem dúvida, muito mal no seu vigor e saúde.
ASENSIO