Sábado, 27.11.04
Nas últimas semanas ouvimos novamente várias personalidades que pareciam ter desaparecido do palco Português. O motim é cada vez maior e não poupa espectros políticos, tem bilhete de ida e volta da Esquerda para a Direita.
Ouvimos Miguel Cadilhe, Ex-Ministro do Governo de Cavaco Silva, que disse entender que a regionalização teria sido benéfica para o país. Claro que logo o Governo de Pedro Santana Lopes rezingou por deixarem este conhecido membro do PSD falar em público.
Relembrámos Daniel Bessa, Ex-Ministro da Economia do Eng.º António Guterres, que se dirige a Portugal como “uma pequena empresa que vai mal” devido a “um crescimento económico baseado no consumo”.
O mais importante de todos, o Prof. Cavaco Silva, não quis ficar atrás. Vai daí, numa semana apenas já o ouvimos por duas vezes. Para quem está em silêncio há tanto tempo, este fértil tagarelar só pode significar uma candidatura à Presidência da República. Ora, esta semana, o Professor Cavaco Silva, além de criticar o mau caminho que Portugal está a percorrer, fala agora de uns “agentes políticos incompetentes que afastam os competentes”. É esta a mais recente tentativa de Cavaco Silva se afastar de um Governo, dos seus políticos e das políticas incompetentes. Um Governo da sua família política! Não sei se este tipo de atitude servirá para reciclar Cavaco aos olhos dos Portugueses, mas é uma desmarcação que já não se via desde o tempo de Eusébio...
Por outro lado completamente diferente, voltámos a ouvir, ainda esta semana, falar de outro desaparecido, o Marxismo-Leninismo, que também andava, extraviado. Ouvimos falar dele pela voz de Jerónimo de Sousa, a nova “inclinação consensual” do PCP. Assim se vê o consenso do PC!
ASENSIO
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