O Porto é uma grande cidade. É! Mas não por mérito próprio. É uma grande cidade apenas porque é a segunda maior do país e isso não é mérito, é unidade de grandeza. Aliás no Porto tem-se muito a teima de ser grande, é a mania da grandeza. Mas ser grande não é tudo.
Todos ouvimos as declarações de Nuno Cardoso, Ex-Autarca do Burgo. Foram despropositadas, sem qualquer tipo de justificação, insultuosas e às quais não podemos dar mais atenção do que o tempo necessário para as lamentar. Não conheço o tipo de reputação que Nuno Cardoso tinha da sua aventura de reconquista da autarquia, mas este tipo de discurso não o pode favorecer nas próximas eleições à Câmara Municipal.
Pessoas com pouco ou nenhum nível, com pouco de honroso ou respeitável, sem qualquer tipo de competência, muito preocupados com o próprio interesse, muitas vezes mesquinho, enfim, caciques (palavra tão do agrado lá para as
bandas abruptas) repletos de ambição, ávidos de poder, parece que é o que o Porto mais tem para oferecer. Além de Cardoso, temos Rui Rio, Pinto da Costa, Pôncio Monteiro, etc. O engraçado é que alargando só uns poucos quilómetros, podemos encontrar muitos mais, desde Luís Filipe Menezes a Narciso Miranda, Manuel Seabra, o clã de Valentim Loureiro entre muitos outros.
A cidade, posso dizer mesmo a região, sofre de um mal viscoso que parece não despegar destas personagens. É o bairrismo bacoco, pacóvio, ridículo, simplório, grotesco, risível. É por isto que a cidade do Porto não se destaca no país, não mostra iniciativas louváveis pelo país inteiro, não fomenta desenvolvimento, não promove actividades de nível nacional.
Com as devidas diferenças e olhando para Barcelona. Nunca esta cidade catalã se acomodou a ser uma cidade periférica, secundária em relação a Madrid. É uma cidade que mostra de ano para ano uma evolução evidente.
Não haverá pessoas competentes com ideias de desenvolvimento viáveis para a região? A
mui leal e nobre cidade invicta é também a eterna bairrista, e custa-me dizer isto porque esta é a minha região.
ASENSIO