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Esta Sexta foi marcada por mais uma greve, desta vez greve geral da função pública. O direito à greve foi conseguido com o 25 de Abril e é uma forma de protesto ao alcance dos trabalhadores para reivindicação de outros direitos que julgam justo receberem.
A forma de luta dos trabalhadores tem-se vindo a alterar por acção dos sindicatos. Estes usam insistentemente a greve como forma de pressão. A vulgarização deste tipo de protesto parece ter, nesta altura, além de uma adesão baixa, um efeito negativo na opinião pública. A convocação continuada de greves, em conjunto com a escolha hábil dos dias da semana, sempre sextas ou dias passíveis de se fazer ponte, parece ser contraproducente com as exigências dos trabalhadores e esvazia a mensagem que estes querem transmitir.
Neste momento as greves parecem ser marcadas mais para proveito próprio de sindicatos e menos para defender o que quer que seja dos trabalhadores. Desculpem-me o desvio neoliberal, mas os sindicatos parecem agora actuar mais como corporações, defendem o interesse próprio em detrimento das pessoas que representam, e isso não é aceitável.
Por outro lado, o baixo nível de vida em Portugal, os baixos salários e outros factores que deveriam fomentar a convocação de greves, parecem estar a esgotar este tipo de acção dos trabalhadores. A verdade é que quem tem baixos rendimentos não consegue dar-se ao luxo de perder um dia de trabalho. Menos adesão à greve, menor o impacto das reivindicações, menor influência sobre aquele a quem se reivindica.
Antes de esgotarem o direito à greve, adquirido com a democracia, será melhor pensar-se em formas de luta que a antecedam, mas formas de luta coerentes com os reais interesses dos trabalhadores.
ASENSIO