Quinta-feira, 30.11.06
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Terça-feira, 28.11.06
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Terça-feira, 28.11.06
«O Governo nega que irá adoptar em Portugal o modelo da «flexisegurança», que facilita despedimentos e flexibiliza horários de trabalho e já é usado em países como a Dinamarca ou a Holanda, reagindo assim à noticia de hoje do Diário Económico, que dá como certa a adopção deste modelo. De acordo com o jornal económico, a ideia é facilitar os despedimentos e flexibilizar horários de trabalho, ao mesmo tempo que se garante maior e melhor protecção em caso de desemprego.»
As alterações ao Código do Trabalho, que o governo quer fazer, obviamente nada tem a ver com o sistema dinamarquês. Em Portugal, a "flexisegurança" seria um optimo sistema para as empresas privadas baixarem custos com pessoal passando esses custos para o Estado e para os contribuintes. Este sistema prevê que em caso de despedimento haja um apoio efectivo por parte do Estado, e Portugal não tem condições para o fazer. Quando uma empresa, por um qualquer motivo, decide despedir pessoal está a passar uma responsabilidade social dessas pessoas para o Estado, e este apenas o pode fazer até um determinado patamar.
Mas então, se não se pode dar um referido apoio ao desemprego e todos afirmam que a flexibilização é o rumo a tomar, que contrapartidas dará o Estado para quando houver facilidades no despedimento (porque é disso mesmo que se fala quando se discute a flexibilização)? Com a desresponsabilização dos privados e sem o apoio efectivo ao desemprego, porque o claramente o Estado não o pode dar, ficaremos pior do que com a "flexisegurança" dinamarquesa...
ASENSIO
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Domingo, 26.11.06
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
_____________________________________
Mário Cesariny (1923-2006)
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Domingo, 26.11.06
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Domingo, 26.11.06
Porque é que aqueles que mais defendem políticas securitárias, de imigração, de justiça, etc. são os primeiros a recusar a segurança ambiental?
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Sábado, 25.11.06
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Sexta-feira, 24.11.06
Com políticos deste calibre não admira que a União Europeia e obviamente Portugal estejam num beco sem saída. Digo isto porque o senhor Durão descobriu agora que a guerra do Iraque está a "correr mal" mas que Portugal ganhou credibilidade e que ele só defendeu os interesses portugueses.
Qual é o interesse que Portugal pode ter numa guerra injustificada e mentirosa? Portugal, seguidista, é cúmplice nesta asneira cujo desenlace todos sabíamos que ia ser esta tragédia. Todos sabíamos sim porque hoje ninguém se mostra surpreendido pelo facto do Iraque estar perto da guerra civil. Seguindo este raciocínio onde está o ganho de credibilidade? Pois, ninguém sabe... nem Durão Barroso, cujo único exemplo, que consegue dar, do ganho português nesta matéria é: «Para o ex-primeiro-ministro, Portugal «não perdeu nada», pelo contrário, «só ganhou credibilidade na ocasião». Exemplificou com o facto de, pouco tempo depois, ter sido convidado para o cargo que ocupa agora na UE, com o apoio de países europeus que se opuseram à intervenção no Iraque, como a Alemanha e a França.»
Então, o senhor Durão não defendeu os interesses portugueses, defendeu o seu interesse pessoal. Não há mais nenhum "ganho" que Portugal possa tirar do sofrimento causado por uma guerra, que não o dilatar do ego/currículo deste senhor. Por isto tudo, não sei onde pára o imenso prestígio pelo facto de Durão ser presidente da Comissão Europeia. Foi um mau primeiro-ministro, é um mau presidente da CE e será uma vergonha quando for corrido do poleiro onde se encontra. Mas não se preocupe senhor Durão porque quando voltar, terá de certeza um bom e bem remunerado cargo à sua espera. Não que o mereça por ser competente no que faz mas apenas porque Portugal é assim...
ASENSIO
p.s.- Pergunto-me se este senhor terá, alguma vez, falado em nome de todos os portugueses. No apoio à guerra tenho a certeza que não...
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Sexta-feira, 24.11.06
Estou, nesta noite cálida, deliciadamente estendido sobre a relva,
de olhos postos no céu, e reparo, com alegria,
que as dimensões do infinito não me perturbam.
(O infinito!
Essa incomensurável distância de meio metro
que vai desde o meu cérebro aos dedos com que escrevo!)
O que me perturba é que o todo possa caber na parte,
que o tridimensional caiba no dimensional, e não o esgote.
O que me perturba é que tudo caiba dentro de mim,
de mim, pobre de mim, que sou parte do todo.
E em mim continuaria a caber se me cortassem braços e pernas
porque eu não sou braço nem sou perna.
Se eu tivesse a memória das pedras
que logo entram em queda assim que se largam no espaço
sem que nunca nenhuma se tivesse esquecido de cair;
se eu tivesse a memória da luz
que mal começa, na sua origem, logo se propaga,
sem que nenhuma se esquecesse de propagar;
os meus olhos reviveriam os dinossáurios que caminharam sobre a Terra,
os meus ouvidos lembrar-se-iam dos rugidos dos oceanos que engoliram continentes,
a minha pele lembrar-se-ia da temperatura das geleiras que galgaram sobre a Terra.
Mas não esqueci tudo.
Guardei a memória da treva, do medo espavorido
do homem da caverna
que me fazia gritar quando era menino e me apagavam a luz;
guardei a memória da fome;
da fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez estender os lábios sôfregos para mamar quando cheguei ao mundo;
guardei a memória do amor,
dessa segunda fome de todos os bichos de todas as eras,
que me fez desejar a mulher do próximo e do distante;
guardei a memória do infinito,
daquele tempo sem tempo, origem de todos os tempos,
em que assisti, disperso, fragmentado, pulverizado,
à formação do Universo.
Tudo se passou defronte de partes de mim.
E aqui estou eu feito carne para o demonstrar,
porque os átomos da minha carne não foram fabricados de propósito para mim.
Já cá estavam.
Estão.
E estarão.
__________________________________________António Gedeão
Poemas Póstumos (1983)
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Quinta-feira, 23.11.06
Pelo que pude ler, todos os blogueiros cá do rectângulo afirmam que as últimas manifestações têm sido orquestradas, desde as manifestações estudantis às dos professores, passando pelas esperas ao primeiro-ministro. Até o passeio descontente dos militares, que, dizem eles, pode constituir uma prova da fragilidade da autoridade militar, está instrumentalizada por estruturas sindicais. A capacidade do Partido Comunista é, como se prova, muito maior do que dá a entender pelo número de votos em cada eleição. É caso para dizer "só nesta altura se vê a força do PC".
Mas o que me admira é que nada disto é novo. Esta é, espanto, a função do PCP, organizar manifestações na rua através das "suas" estruturas sindicais. Porque é que só agora se mostram indignadíssimos?
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Quinta-feira, 23.11.06
No mesmo dia em que o Jumento refere: «Vejo um aluno que protesta afirmar na TV que nas aulas de substituição os professores lhes perguntam se querem jogar às cartas ou ao dominó. Que treta de professores são esses?», venho a saber de casos em que são os próprios alunos que não querem seguir o plano da aula de substituição, preferem jogar às cartas.
Gostava também de saber qual a alternativa proposta pelos alunos, assim ficávamos a saber se são contra quaisquer aulas de substituição ou apenas contra as más aulas de substituição.
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Quinta-feira, 23.11.06
Saramago sobre Santana Lopes:«Espero que se explique às crianças como se chega a primeiro-ministro sendo um imbecil»
(apesar de concordar com a descrição de Santana Lopes) Também espero que se explique às crianças como se chega a prémio Nobel sendo um... um... bem, sendo José Saramago.
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Quarta-feira, 22.11.06
"López Obrador declarou que "assumiria" como "presidente legítimo" do México, apesar de ter perdido as eleições de 2 de Julho para [Felipe] Calderón, correligionário de [Vicente] Fox no Partido Acção Nacional (PAN, conservador)."
Ou seja, o candidato da esquerda, que perdeu as eleições, promoveu uma "tomada de posse" paralela, referindo que é ele o presidente legítimo do país. Este é, sem dúvida, mais um exemplo de alguém que se quer servir da esquerda e da democracia. Com cerimónias circenses deste tipo, mostra uma total falta de respeito pelos resultados eleitorais, por quem o apoiou julgando Obrador como um seguidor da Democracia. Afinal...
ASENSIO
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