«Num discurso crítico para com o Governo, o presidente da Conferência Episcopal defendeu esta segunda-feira a que o Estado não deve ser militantemente ateu. Dom Jorge Ortiga deixou claro que a igreja católica não aceita muitas das opções que têm sido seguidas pelo Estado.» Não pode ser militante nem simples ateu nem outra coisa qualquer. Os Estados são conjuntos de indivíduos e instituições comuns a todos. O Estado é (ou deveria ser) arreligioso, porque é composto por indivíduos que aceitam as mais variadas crenças. A ICAR continua a exigir um lugar e um tratamento especial por parte do Estado português a que não tem direito. Tem o direito de discordar das políticas seguidas como um lobby que é, mas não pode exigir que a sua visão seja incluída nas opções governativas. Cada macaco no seu galho. Talvez o rasgar da Concordata, acabando com a sua eternização, pusesse a Igreja Católica no seu galho. E antes que aqueles que lerem estas linhas me julguem como anti-católico, anti-igreja, ateu ou diabo, deixem-me dizer que teria exactamente o mesmo discurso caso se tratasse de qualquer outra igreja. Não encontro razões que justifiquem que uma instituição religiosa tenha um lugar excepcional na definição política de um país, por muitos méritos sociais que possa ter... ASENSIO