Meu amor que eu não sei. Amor que eu canto. Amor que eu digo. Teus braços são a flor do aloendro. Meu amor por quem parto. Por quem fico. Por quem vivo. Teus olhos são da cor do sofrimento.
Amor-país. Quero cantar-te. Como quem diz:
O nosso amor é sangue. É seiva. E sol. E primavera. Amor intenso. Amor imenso. Amor instante. O nosso amor é uma arma. E uma espera. O nosso amor é um cavalo alucinante.
O nosso amor é um pássaro voando. Mas à toa. Rasgando o céu azul-coragem de Lisboa, Amor partindo. Amor sorrindo. Amor doendo. O nosso amor é como a flor do aloendro.
Deixa-me soltar estas palavras amarradas Para escrever com sangue o nome que inventei. Romper. Ganhar a voz duma assentada. Dizer de ti as coisas que eu não sei. Amor. Amor. Amor. Amor de tudo ou nada. Amor-verdade. Amor-cidade. Amor-combate. Amor-abril. Este amor de liberdade. ______________ Joaquim Pessoa ASENSIO
Parece que Saramago se voltou a meter com a Igreja. A resposta imediata e escandalizada desta escorreu no sentido de qualificar José como um idoso ignorante. Porquê a polémica e a reacção pronta? Claramente, um ancião, ainda mais ignaro em questões bíblicas, não pode fazer periclitar um granítico monólito de Verdade que é a ICAR. Ou existe algum receio na seita, ou então tratariam com bonomia e o costumeiro paternalismo a suposta senilidade com que o fim da vida vai banhando José, o escritor. ASENSIO