A teoria da Esfera de Cristal versava sobre a possibilidade de as estrelas estarem presas a uma esfera sólida transparente que se encontrava à volta da Terra plana, como uma enorme redoma de vidro. Na Idade Média questionava-se sobre o que aconteceria a um viajante que se aventurasse até ao “fim” do Mundo e tentasse atravessar a redoma pressionando-a com a cabeça.
Passado séculos retornamos ao início, pois a verdade é que vivemos dentro de “bolhas”. Essas “bolhas” não são mais que o Universo visível. A bolha que nos envolve terá à volta de 15 mil milhões de anos-luz, a idade do Universo e é esse o seu tamanho alcançável pela observação. Não nos é permitido ver mais além sem que nos movamos do centro da redoma onde nos encontramos. Se viajarmos esse tempo chegaremos ao limite, ao horizonte do nosso Universo. O que estará para lá desse limite? Se o ultrapassarmos, pressionado com a cabeça, entramos, sem dúvida, noutra redoma.
Por outro lado, será o espaço plano e limitado? Ou será curvo pela força da gravidade? Se tal acontecer, independentemente da direcção que tomarmos, se andarmos sempre em linha recta chegaremos, inevitavelmente, ao ponto de partida. E esta curvatura do espaço tornar-se-á mais uma redoma na qual existimos. O que acontecerá se a pressionarmos com a cabeça? ASENSIO (também no Sempiterna Temptatio)