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Está todo país admirado por um Presidente da República de direita, o primeiro que não é “filho do 25 de Abril”, ter feito um discurso de esquerda. A análise que eu faço é esta: já que o governo, de “esquerda”, se parece tão empenhado em fazer políticas cavaquistas, alguém, nas instituições políticas portuguesas, tem que fazer o “frete” de discursar para o lado esquerdo do espectro político. Cavaco não podia discursar à sua maneira ou diluir-se-ia, seria apenas mais um com um discurso deste governo. Assim puxando dos galões canhotos, que tanto deu à apreciação durante as presidenciais, lá conseguiu falar afastando-se das palavras do governo.
Para Sócrates foi uma derrota. Alguém da direita, o único com credibilidade para o fazer (a oposição Marques Mendes e PP não têm essa credibilidade), chama à atenção do primeiro-ministro, de “esquerda”, os problemas sociais e de exclusão graves que Portugal vive. A tecnologia por si só não salva Portugal. De que serve um choque tecnológico para os excluídos sociais do país? É com este alarme-frete que Cavaco tenta acordar Sócrates.
ASENSIO